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Os problemas de fazer simulados

Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concurso.

Você está estudando para concurso, não terminou de ler nenhuma matéria, está anotando seu percentual de acertos para ver se está bom ou ruim e, de repente, você vê: faça simulados (meu cursinho fará um simulado grátis e nacional).

E agora? Vale a pena fazer simulado? Já vi algumas pessoas dizendo que simulado é fundamental e já vi o Professor Diogo dizer que, às vezes, é melhor não fazer. E aí? O que você faz? Leia abaixo.

 

Vale mesmo a pena fazer simulados de provas anteriores?

 

Começando pelo básico: o que é o simulado? Simulado é uma simulação de prova, pega questões de diversas matérias e junta, por exemplo, 100 (cem) questões, 10 de Direito Administrativo, 10 de Direito Constitucional, 10 de Português e vai dividindo as questões entre as matérias de uma forma muito parecida ou igual à prova anterior do último concurso.

Você pensa: se passar em um concurso é o que eu quero, então preciso fazer um simulado para saber se estou bom ou não, se estou pronto para passar ou não. Com isso, surgem os problemas.

Primeiro, você nem terminou de ler todas as matérias ainda, está na metade das matérias, faz o simulado e vai mal “pra caramba”. Você concorreu com pessoas que já leram a matéria inteira e fica desanimado.

Você sabia que não iria se sair bem, que estava só querendo experimentar para ver os assuntos que você já estudou, se iria acertar ou não as questões, mas você foi mal na computação geral do resultado e fica super desanimado, para baixo e acha que aquilo não é para você.

Esse é um dos problemas de fazer simulado, quando você não está pronto para simular uma prova, faz, vai super mal e bate aquele desânimo. Para isso você precisa entender uma coisa, mesmo que você tenha lido todas as matérias, você não vai acumulando conhecimento como quem vai enchendo um balde de água até ele transbordar no dia da prova.

 

A coisa não funciona assim.

 

Você não vai simplesmente acumular conhecimentos e fazer uma prova com 100% de conhecimento. O que você precisa fazer? Faça uma preparação específica para o dia da prova. Os meses anteriores, dois, três meses antes da prova, são totalmente pensados e planejados para você chegar no dia da prova, no ápice do conhecimento, com o máximo de informação possível para o dia da prova.

É naquele dia que você tem que saber tudo, é naquele dia que você tem que acertar todas as questões. Então, aquelas decorebas impossíveis, aquelas coisas que você nunca lembra, as fórmulas de matemática, de raciocínio lógico, todas essas coisas têm que estar na sua cabeça no dia da prova.

Se você não se prepara desse jeito para o simulado, o seu resultado será pior. Se você tivesse feito a prova naquele dia, provavelmente, você teria um resultado melhor porque seria uma preparação diferente. Quando você acorda e fala: Opa, cursinho está fazendo simulado hoje, vou fazer o simulado.

Você faz, mas deixou de fazer boa parte da preparação de reta final que é muito importante para ter um bom resultado. Então, se você é meu aluno ou meu seguidor, então sabe que a preparação de reta final é muito importante e sabe que na prova, provavelmente, terá um resultado melhor do que se você fizer um simulado em um dia qualquer aleatoriamente.

Meus alunos sabem também que não adianta ficar trocando informação, colocando informação nova na cabeça e perdendo informação velha. A gente se organiza, faz múltiplas revisões via questões, faz caderno de erros para anotar aquilo que está errando, faz flashcards para informações que são muito difíceis de decorar.

Todas essas ferramentas vão permitir que você aumente seu percentual de acertos de pouquinho em pouquinho nesses meses que antecedem à prova.

 

Os simulados têm ainda um outro problema, podem lhe dar um falso diagnóstico.

 

Você, por exemplo, fará um simulado com 100 questões e tinha, por exemplo, 5 questões de Direito Civil, 5 questões de Direito Penal e dessas cinco acertou uma de Direito Penal e aí fala: putz, 20% de aproveitamento, eu não sei nada, preciso estudar muito Direito Penal.

Ou então, Direito Administrativo e Constitucional com 10 questões cada, vou lhe dar um exemplo prático, quando passei no concurso de Auditor da Receita Federal, usei os mesmos professores para as duas provas e eram matérias praticamente semelhantes e de mesmo nível, acertei 10 de 10 questões em Direito Administrativo e 4 de 10 em Direito Constitucional.

O que isso significa? Significa que sabia muito mais Direito Administrativo que Constitucional? Não.

Usei os mesmos livros, estudei da mesma forma, tinha percentuais de acertos muito semelhantes quando fazia questões em casa e, no dia da prova, as questões foram feitas de forma muito diferente, com grau de dificuldade muito diferente, com pessoas malucas, talvez, na banca examinadora e tive resultados muito diferentes.

Não significa que meu estudo foi mal feito ou que meu material era ruim, significa que naquela prova, as questões foram feitas com níveis bastante diferentes. Isso acontece e pode acontecer no seu simulado também.

Você pode ter feito 10 questões de cada e ter ido muito bem em uma e muito mal na outra e você não vai conseguir pensar: olha, as questões não estavam boas. Mas vai pensar: olha, preciso muito estudar Direito Constitucional porque estou muito mal nessa matéria.

 

O problema é de amostragem.

 

Você está jogando meses de preparação baseado em 10 questões. Isso é um problema de amostragem, a amostra é pequena. Você precisa de dezenas, centenas ou até milhares de questões para saber com mais exatidão se você está bem ou não naquela matéria. Você precisa de uma amostra maior.

Como você faz isso? Revisando via questões, fazendo muitas, muitas e muitas questões no seu dia a dia e anotando sempre seu percentual de acertos. Com isso, você terá uma medida melhor. “Estou com 82% em Direito Administrativo e 81% em Direito Constitucional.”

Você vai saber como está em cada matéria porque a amostra é maior e é mais fidedigna. Mas nem tudo está perdido, para mim o simulado tem duas utilidades. Primeira é simular o dia da prova. É saber que você terá 100 questões em 3 horas.

Pegue essas 3 horas, sem interrupção, e tente fazer 100 questões e verifique se você não se embolou, se não ficou preso em uma questão e atrapalhou as outras, se deu tempo de resolver todas as questões. Simule o dia da prova para sentir a tensão, a pressa, a preocupação com o tempo.

Isso tudo é interessante e você precisa dessa experiência. Pode fazer isso com simulados ou treinando alguns concursos.

A segunda utilidade real do simulado para mim é saber se sua nota foi boa ou não. Você acabou de fazer um simulado e acertou 80% do simulado, você foi bem ou foi mal? Eu não sei. Eu não sei se a prova estava difícil ou estava fácil. Eu não sei se 80% era bom ou ruim.

 

Como você faz para saber?

 

Através de um ranking. Você precisa comparar sua nota com a de outros candidatos. Se tinha 100 pessoas fazendo o simulado e você fez 80% e ficou em último, você foi mal. Se você fez 80% e ficou em primeiro, você foi muito bem.

Você tem que comparar sua nota do simulado para saber o seu resultado real, se foi bom ou ruim. Isso só vai acontecer comparando com outras pessoas. Se você fizer um simulado e não comparar com ninguém, a sua nota é virtualmente inútil.

 

 

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